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Paleontologia em Uberaba

25 anos depois, Pinheirense que fez maior descoberta paleontológica no ano 2000 foi esquecido pela comunidade científica.

Rodrigo dos Santos Silva: O Nome Esquecido na Descoberta do Uberabasuchus Terrificus.


Em setembro de 2000, durante escavações no sítio paleontológico de Peirópolis, em Uberaba (MG), uma descoberta impressionante trouxe à tona um dos fósseis mais completos já encontrados no Brasil. No entanto, o verdadeiro autor da descoberta, o técnico em escavação Rodrigo dos Santos Silva, natural de João Pinheiro (MG), nunca recebeu o devido reconhecimento pela comunidade científica.


O achado ocorreu de forma inusitada. Enquanto realizava suas necessidades fisiológicas em uma área de escavação, Rodrigo percebeu um pequeno ponto branco em meio à rocha. Sua experiência e olhar treinado o levaram a identificar que aquilo era parte de um fóssil. Com o avanço dos trabalhos, ficou claro que se tratava de uma espécie até então desconhecida: o Uberabasuchus terrificus, um crocodilomorfo terrestre que viveu há cerca de 70 milhões de anos, no Período Cretáceo.


O fóssil, com aproximadamente 70% de sua estrutura preservada, revelou um animal de 2,5 metros de comprimento e cerca de 300 kg. Diferente dos crocodilos atuais, ele era terrestre, rápido e um predador feroz que possivelmente caçava pequenos dinossauros. A importância da descoberta foi imensa para a paleontologia, mas o nome de Rodrigo nunca foi creditado como o verdadeiro descobridor do achado.


No entanto, os créditos pela descoberta foram atribuídos a pesquisadores e instituições acadêmicas, sem mencionar quem realmente encontrou os primeiros indícios do Uberabasuchus.


Atualmente, o esqueleto do Uberabasuchus terrificus está exposto no Museu dos Dinossauros de Peirópolis, sendo uma das atrações mais importantes do local. No entanto, a história de Rodrigo permanece desconhecida pelo público, sem qualquer reconhecimento oficial por sua contribuição fundamental para essa descoberta histórica.

Hoje, Rodrigo é um pequeno agricultor na comunidade de São Basílio, a 35 km de Uberaba, levando uma vida humilde e distante das escavações.


A falta de reconhecimento é um reflexo de um problema recorrente em muitas áreas da ciência: o apagamento do trabalho de técnicos e operários que atuam diretamente no campo e possibilitam as grandes descobertas. O caso de Rodrigo dos Santos Silva é mais um exemplo da necessidade de dar visibilidade a todos os envolvidos em avanços científicos, garantindo que suas contribuições não sejam esquecidas pela história.

Nossa reportagem encontrou e conversou com Rodrigo, que relatou ter deixado as escavações em 2008, quando o Centro Price passava por dificuldades financeiras e foi entregue pela prefeitura de Uberaba à UFTM.


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